Literatura
Olá, pessoal, como vocês estão?
Há algum tempo, eu divulguei aqui no Gema que eu havia ganhado uma bolsa do Ministério da Cultura para escrever o meu primeiro livro e que, a partir do momento que o dinheiro caísse na minha conta, eu teria seis meses para finalizar o projeto. No entanto, depois de quase um ano de espera sem ver a cor do dinheiro e na iminência de perder a bolsa por causa da situação econômica do país, acabei decidindo fazer o meu intercâmbio — eu não deixaria de tocar outros planos por causa da demora no repasse do dinheiro e, além do mais, o intercâmbio já estava pago.
Cheguei em Brisbane, comecei minhas aulas de inglês e estava curtindo minha vida na Austrália quando eu decidi mandar um e-mail para o MinC para saber se havia previsão do pagamento da bolsa. Foi aí que eu descobri que o dinheiro já havia sido depositado há pelo menos um mês! Com tantos preparativos envolvendo o intercâmbio — visto, passaporte, matrículas, contratos, exames médicos, passagens, etc — nem me atentei a checar a minha conta, pois, segundo o edital, o ministério enviaria um e-mail confirmando o repasse, o que não aconteceu.
Foi assim que me vi numa situação extremamente complicada na Austrália: curtir o meu intercâmbio ao mesmo tempo em que escrevia um livro. Como eu já havia perdido um mês dos seis previstos, tive que correr para recuperar o tempo perdido e finalizar o projeto durante os cinco meses restantes, que coincidiu exatamente com o período do meu intercâmbio.
Minha rotina no exterior foi inteiramente desgastante, embora tenha sido maravilhosa: estudava todos os dias, curtia todas as tardes e escrevia todas as noites. Não deixei de aproveitar nenhuma das oportunidades que surgiram por causa do livro, pois eu sabia que eu só faria um único intercâmbio na vida enquanto eu poderia escrever quantos livros eu quisesse durante o tempo em que eu vivesse.
No entanto, quando eu já tinha escrito mais de 40 mil palavras, recebi um e-mail do MinC dizendo que eu teria mais dois meses para finalizar o projeto, ou seja, dois meses depois do intercâmbio. Foi exatamente por isso que eu fiquei tão distante do blog depois que voltei de viagem, porque estava terminando o livro e preparando as prestações de contas para o governo; mas agora o projeto está finalizado e material já foi enviado ao MinC.
Mas do que se trata esse projeto?
O projeto se chama “Casa na Curva do Vento: o desenvolvimento metodológico da primeira versão de um romance jovem-adulto distópico”, e na proposta enviada ao MinC me predispus a empregar ferramentas de design para elaborar um livro, mesmo sabendo que teria que adaptá-las para que servissem em um projeto literário.
Comecei o projeto estruturando-o em três frentes diferentes: teoria, planejamento e escrita. Na frente “teoria”, eu me propus a ler materiais sobre escrita criativa, além de livros de mesmo gênero e público-alvo do meu projeto, tudo isso com o intuito de perceber como se dá o funcionamento da narrativa de distopias e as temáticas abordadas em histórias destinados ao público jovem-adulto. Depois disso, analisei elementos relacionados à estrutura, como construção de capítulos, número de páginas e número de palavras; além de questões à cerca da cadência de parágrafos, ritmo, diálogos e frases. Ainda nessa frente, procurei entender o funcionamento do enredo, como se dá a evolução dos personagens, como as motivação são apresentadas, como gerar um clima de mistério, apresentar ganchos, criar tramas paralelas e outros.
A partir de todo o conhecimento gerado no estudo teórico acima, segui para o planejamento da história, no que eu chamei de frente “planejamento”. Nessa etapa, eu idealizei as primeiras impressões do mundo fictício, desenvolvi personagens, criei tecnologias, estruturei o enredo, estabeleci relações entre os personagens, desenvolvi sistemas, nomeei ideias, pensei em ganchos e estabeleci um clima para gerar imersão no leitor. Depois disso, gerei cenas para a minha história sempre pensando em situações que gerassem mistério, imaginei reviravoltas que surpreendessem o leitor e defini um desfecho interessante. Feito isso, criei um lista com todas as cenas da minha história e passei para a etapa seguinte — escrever a primeira versão do romance.
Na etapa “escrita”, eu peguei um caderno de matéria e comecei a escrever à mão. Não sei se foi porque eu já tinha planejado bastante coisa, mas o processo não foi tão desgastante quanto eu imaginei. Às vezes foi por causa do desespero do prazo final estar se aproximando e das condições do edital (se eu não entregasse o material na data estipulada, eu teria que devolver o dinheiro com juros), mas eu não tive bloqueios sérios. A escrita fluiu melhor do que eu tinha esperado, embora o resultado final tenha saído aquém das minhas expectativas. Muita coisa mudou entre o planejamento e a escrita, muitos dos conceitos criados se perderam no processo, mas eu tinha consciência de que isso poderia acontecer, porque, afinal, escrever um livro é projeto de longo prazo. É bem nítido que partes da história estão melhores que outras, e eu particularmente não gostei do rumo que as coisas tomaram, mas eu sei que para o livro ficar do jeito que eu sempre sonhei, terei que voltar nele várias e várias vezes até que eu fique satisfeita.
O meu livro conta a história de três garotas, cada qual com um ponto de vista diferente, semelhante à estruturação de capítulos em Guerra dos Tronos. Estou escrevendo em terceira pessoa, o que amplia a percepção do mundo fictício, e acabei de finalizar a primeira versão da história de uma das personagens. Já comecei a escrever o ponto de vista da segunda personagem e em breve finalizarei a terceira. Quando escrever todas as primeiras versões, estruturarei todo o livro e farei alterações nas cenas para que tudo se encaixe. Assim quando finalizar tudo isso, partirei para as edições, e prevejo que serão muitas! Ainda bem que eu gosto da minha história, porque só assim para eu me dedicar tanto tempo a um projeto tão longo!
Espero que vocês tenham gostado de saber um pouco sobre o livro. Se tiverem alguma dúvida, deixem uma mensagem nos comentários!
Até mais!
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Olá, pessoal. Como estão?
Quis trazer um conteúdo diferente para o blog e acabei percebendo que falamos bem pouco sobre literatura. Não que eu não goste de ler, longe de mim. Esse é um hobby que tenho desde de criança, quando peguei meu primeiro livro do Marcos Rey da Série Vaga-Lume na biblioteca da minha escola e não larguei mais. O amor foi tamanho pelas aventuras e mistérios que comecei a engatar outros romances e, consequentemente, conheci autores de diversos estilos. Pensando nisso, tive a ideia de lançar uma série de posts voltado para a apresentação de autores, contando um pouquinho sobre seus livros. Quem sabe vocês não se interessam também e passam a fazer da leitura o seu novo hobby?
A escolhida da vez é a autora americana de livros jovem-adulto Rainbow Rowell. Suas quatro obras, Anexos, Eleanor & Park, Fangirl e Ligações, já foram publicados no Brasil pela Editora Novo Século e receberam muitos elogios dos críticos e do público. Uma das qualidades que mais gosto na Rainbow Rowell é a facilidade em que conduz a história, com uma escrita simples, porém, profunda, fazendo com que nos identifiquemos com os personagens e torçamos por eles.
Prontos para conhecer um pouquinho mais dos seus livros?
1// Anexos (2011)
O trabalho de Lincoln é monitorar todos os e-mails trocados pelos funcionários do jornal onde trabalha, o The Courier. Em um ato de infração, ele não adverte as duas funcionárias Beth e Jennifer por suas conversas paralelas, e acaba se envolvendo pelas histórias cotidianas intermináveis e hilariantes das amigas.
2// Eleanor & Park (2013)
Eleanor e Park são vizinhos que sempre se encontram no ônibus escolar e, apesar de se evitarem no início, começam a conversar sobre assuntos que têm em comum como quadrinhos do X-Men e bandas de rock. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações.
3// Fangirl (2013)
Cath e Wren são irmãs gêmeas que nutrem um amor incondicional pela série Simon Snow (não é mencionado no livro, mas tudo leva a crer que se trate de Harry Potter). Além de se vestir como os personagens e participar de fóruns, Cath escreve uma fanfiction de bastante sucesso sobre os personagens, a Vá em frente, Simon. Diferente de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar do universo criado pela autora Gemma T. Leslie. Mas agora que ambas vão para a faculdade, Wren não quer mais ter contato com a irmã, deixando Cath desolada em uma nova fase de sua vida.
4// Ligações (2014)
O casamento de Georgie e Neal não anda nada bem e, depois de recusar passar o Natal com o marido em Omaha para aceitar uma proposta de trabalho, ela se pergunta se realmente arruinou tudo. Mas Georgie acaba descobrindo uma forma de se comunicar com Neal no passado e sente que essa é a oportunidade única para consertar o seu casamento.
Confesso que ainda estou lendo o último livro, Ligações, mas não preciso terminar a história para saber que o que mais me marcou foi o Fangirl. Por que será? Gêmeas? Check! Simon Snow a.k.a Harry Potter? Check! Separação conturbada? Check! Fanfic? Check! Esse livro parece que narra a história da minha vida. Tá! Eu não dormia num dormitório na minha época de faculdade, mas me identifiquei com várias passagens do livro pelo fato de a autora conseguir retratar muito bem a relação entre irmãos gêmeos.
Já leram alguns desses títulos? Qual deles vocês mais gostaram?
Beijão e até mais!
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